Katherine Coleman Goble Johnson (White Sulphur Springs, 26 de agosto de 1918 – 24 de fevereiro de 2020) foi uma matemática, física e cientista espacial norte-americana.
Ela fez contribuições fundamentais para a aeronáutica e exploração espacial dos Estados Unidos, em especial em aplicações da computação na NASA. Conhecido pela precisão na navegação astronômica informatizada, seu trabalho de liderança técnica na NASA se estendeu por décadas onde ela calculava as trajetórias, janelas de lançamento e caminhos de retorno de emergência para muitos voos de Projeto Mercury, incluindo as primeiras missões da NASA de John Glenn, Alan Shepard, o voo da Apollo 11, em 1969, à Lua e trabalho contínuo por meio do programa dos ônibus espaciais e sobre os planos iniciais para a missão a Marte.
Em 2016, foi incluída na lista de cem mulheres mais inspiradoras e influentes pela BBC.
Katherine optou pela matemática, com interesse em pesquisa na área, um caminho com muitas portas fechadas para negras na época. Os primeiros empregos que conseguiu eram para lecionar. Em uma reunião de família, um parente mencionou que a NACA, que viria a se tornar a NASA, estava com processo seletivo aberto para mulheres, em especial negras, para seu departamento de navegação. Katherine inscreveu-se em 1953 e foi imediatamente aceita no novo time da NASA.
De 1953 a 1958, ela trabalhava como “computador”, fazendo análises para tópicos, como a redução da rajada para as aeronaves. Originalmente designada para a seção da West Area Computers, onde era supervisionada por Dorothy Vaughan, Katherine foi redesignada para a Divisão de Controle e Orientação da Divisão de Pesquisa de Voo. Porém, Katherine e as outras mulheres negras da divisão de computação eram conhecidas como “computadores de cor” e sujeitadas à segregação, trabalhando, comendo e usando banheiros separados de seus colegas brancos até que essa divisão segregada fosse terminada em 1958. De 1958, até sua aposentadoria em 1986, ela trabalhou como técnica aeroespacial. Katherine ainda trabalhou para a seção de Controles aeroespaciais, onde calculou a trajetória de voo de Alan Shepard, o primeiro norte-americano no espaço, em 1959. Calculou também a janela de lançamento do Projeto Mercury, em 1961. Katherine plotou cartas de navegação, orientando naves pelas estrelas em caso de falha eletrônica e, em 1962, verificou os primeiros cálculos de computador da órbita de John Glenn ao redor da Terra. Glenn pediu por ela pessoalmente para verificar os números de seu computador de bordo e se recusou a voar até que ela fizesse a verificação.
Em seguida, Katherine trabalhou com computadores digitais, tais como os conhecemos hoje. Sua habilidade e reputação por precisão em cálculos deu confiança aos colegas para trabalhar com a nova tecnologia. Ela calculou a trajetória da missão Apollo 11, em 1969. Durante o pouso, Katherine estava em uma reunião nas montanhas Pocono, ao redor da televisão junto de várias outras pessoas, assistindo aos primeiros passos na Lua. Em 1970, ela trabalhou na missão da Apollo 13. Assim que a missão foi abortada, Katherine trabalhou nos procedimentos de backup e nas cartas que auxiliaram o retorno em segurança dos astronautas para a Terra, quatro dias depois. Mais tarde, Katherine ainda trabalharia no programa dos ônibus espaciais, nos satélites de observação terrestres e na futura missão a Marte.
Legado
Katherine foi co-autora de 26 artigos científicos. A NASA mantém uma lista de artigos mais significativos de Johnson com links para sua ferramenta de busca de arquivo para encontrar outros. O impacto de seu legado pioneira para a ciência espacial e computação lhe rendeu diversas honrarias e medalhas, além de servir como modelo para outras estudantes. Desde 1979, antes de se aposentar da NASA, sua biografia tem lugar de destaque entre a lista de negros pioneiros em ciência e tecnologia.
Em 24 de novembro de 2015, o presidente Barack Obama incluiu Katherine na exclusiva lista de dezessete estadunidenses que receberam a Medalha Presidencial da Liberdade e seu nome foi citado como exemplo pioneiro de mulheres negras na ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Em março de 2016, começaram as finalizações do filme Hidden Figures, que foi lançado em 2017, sobre três cientistas negras da NASA que calcularam as trajetórias de voo do Projeto Mercury e do Apollo 11 nos anos 1960. O filme é baseado no livro de Margot Lee Shetterly que documentou as carreiras e as contribuições de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson. Katherine é interpretada pela atriz indicada ao Oscar Taraji P. Henson.
Em 5 de maio de 2016, a nova Instalação Katherine G. Johnson de Pesquisa em Computação foi formalmente dedicada pela agência no Centro Langley de Pesquisa, em Hampton, Virginia, no aniversário de 55 anos do voo histórico de Alan Shepard em seu foguete, que Katherine tornou possível.
Vida pessoal
Em 1939, ela se casou com James Francis Goble e constituíram família. O casal teve três filhas: Constance, Joylette, e Katherine. Em 1956, James morreu devido a um tumor inoperável no cérebro. Em 1959, Katherine se casou com o tenente-coronel James A. Johnson e continuou sua carreira na NASA. Katherine cantou no coro da igreja presbiteriana Carver por cinquenta anos e era membro da sororidade Alpha Kappa Alpha. Katherine teve seis netos e quatro bisnetos e vivia em Hampton, Virginia. Ela continuou a encorajar estudantes a perseguir suas carreiras em ciência e tecnologia.
Morte
Johnson morreu no dia 24 de fevereiro de 2020, aos 101 anos.
[Fonte: Wikipedia]